Mitos são perigosos. Acreditar neles pode levar a decisões danosas aos outros e a nós mesmos. Mas o mito desaparece se deixarmos de acreditar nele. É para isso que servem os fatos.
Como coach de liderança, atendo mulheres talentosíssimas, que muitas vezes chegam até mim com baixa autoestima, sentindo-se incapazes e sem talento, frustradas e insatisfeitas com suas carreiras e ambientes de trabalho.
Numa construção em parceria, após elas descobrirem e se apropriarem de sua forças, elas puderam virar o jogo. Algumas, antes demitidas de suas empresas, depois tornaram-se empreendedoras de sucesso ou executivas de alto escalão. Outras, antes desiludidas, depois encontraram propósito e caminhos para modificarem suas realidades, mudando ou não de emprego. Cada uma do seu jeito, ativando e alavancando seus próprios talentos.
Minha mãe, hoje aposentada, é um exemplo de guerreira que teve que derrubar mitos e preconceitos para ganhar seu espaço no mundo executivo, num setor em que praticamente só havia homens na liderança, ao mesmo tempo em que criava seus filhos, o que para ela era sua prioridade. Sem ela eu não estaria aqui.
Nesse Dia Internacional da Mulher, vamos prestigiar e honrar todas as mulheres que fizeram e fazem a diferença e apoiá-las para que tenham o mesmo espaço, oportunidades e reconhecimento que os homens. Bora quebrar alguns mitos?
O Poder das Mulheres Fortes
Em primeiro lugar, eu não tirei essa lista da minha cabeça. Marcus Buckingham, coautor de do livro "Descubra seus Pontos Fortes" e um dos maiores pensadores e influenciadores mundiais sobre Pontos Fortes, escreveu o livro "O Poder das Mulheres Fortes", para ajudar mulheres a construírem um vida mais forte a partir do autoconhecimento.
No início desse livro, Marcus compartilha 10 mitos sobre a vida das mulheres, de acordo com pesquisas. (O livro foi publicado em 2009, então pode ter dados desatualizados. Comente aqui, caso tenha dados mais recentes. Ficarei feliz em atualizar o artigo com seus inputs.)
10 Mitos sobre a Vida das Mulheres*
1. Com nível de escolaridade mais avançado, melhores oportunidades profissionais e maiores salários, as mulheres de hoje são mais felizes e realizadas do que eram 40 anos atrás.
Na verdade, ocorre exatamente o oposto. Pesquisas com mais de 1,3 milhão de homens e mulheres revelam que elas são menos felizes em relação ao que eram no passado e em comparação com os homens.
2. As mulheres se tornam mais empenhadas e realizadas na vida com o passar dos anos. Não, mas os homens, sim.
De acordo com um estudo com 46 mil homens e mulheres, abrangendo um período de 40 anos, as mulheres iniciam a vida mais felizes que os homens e com o tempo vão se tornando gradualmente menos satisfeitas em todos os aspectos da vida - casamento, finanças, bens e até mesmo família.
3. No trabalho, as mulheres são relegadas a papéis menos importantes.
Na verdade, uma porcentagem maior de mulheres (37%) ocupa cargos gerenciais ou de supervisão, em comparação com os homens (31%).
4. A maioria dos homes acha que eles devem ser o principal provedor do sustento da família e que a mulher deve ser a maior responsável pelo desempenho de tarefas domésticas e por cuidar dos filhos.
A maioria dos homens costumava pensar assim - 74% deles concordavam com essa afirmação em 1977. Hoje, no entanto, esse número caiu para apenas 42% - que vem a ser quase a mesma porcentagem de mulheres que concordam com isso (39%). Ou seja, a opinião das pessoas sobre os papéis mais apropriados para homens e mulheres não é mais determinada pelo sexo.
5. Mulheres preferem trabalhar para outras mulheres.
A maioria não. Na verdade, a porcentagem de mulheres que prefere trabalhar para homens é quase o dobro da que prefere ter chefes mulheres - 40% contra 26%; e o restante afirma ser indiferente.
6. Se as mulheres tivessem mais tempo livre, seriam menos estressadas.
Não é o que parece. De acordo com um estudo feito ao longo de 25 anos, cada hora a mais de tempo livre dobra a sensação de relaxamento para o homem, mas não provoca esse mesmo efeito na mulher.
7. Ter filhos faz as mulheres mais felizes.
Não necessariamente. As crianças são uma fonte constante de preocupação. Todos os estudos envolvendo estresse e satisfação com a maternidade são unânimes em afirmar que mulheres casadas e com filhos são sempre mais estressadas e menos felizes que as que não têm filhos. (Eu sei, você ama seus filhos, mas o resultado desses estudos tem se repetido inúmeras vezes, em tantos países, que não há como negar esse fato.)
8. Os filhos querem passar mais tempo com suas mães que trabalham fora.
Não é o que dizem as crianças. A maioria das mães acha que sim, mas quando mil estudantes de diversas idades foram questionados sobre o que queriam de suas mães, apenas 10% responderam "Mais tempo". A maioria das respostas (34%) foi: "Quero que minha mãe fique menos cansada e estressada."
9. Mulheres são boas em executar múltiplas tarefas ao mesmo tempo e isso as ajuda a completar todas mais rápido.
São dois equívocos. Primeiro, as mulheres não são diferentes dos homens na habilidade para realizar várias tarefas simultaneamente. (Vale dizer que os testes foram feitos em laboratório, não em casa.) Em segundo lugar, pesquisas revelam que o QI de uma pessoa cai 10 pontos quando ela tenta realizar duas tarefas ao mesmo tempo - o termo "multitarefa" é apenas um eufemismo para "atenção dividida".
10. As mulheres fazem mais tarefas domésticas do que os homens.
Tudo bem, reconheço que este aqui é verdadeiro. São em média 17 horas por semana para as mulheres e apenas 13 para os homens.
E agora?
Os mitos levantados pelo Marcus foram úteis? Estão atualizados, ainda valem? Concorda, discorda? Deixe aqui seu comentário.
#ficaadica de leitura do livro "O Poder das Mulheres Fortes", do Marcus Buckingham, disponível na Estante Virtual.
Você quer potencializar sua liderança, diminuir sobrecarga de trabalho ou ter mais FLOW e bem-estar no trabalho? Agende uma conversa comigo, sem compromisso, para conhecer melhor minhas soluções.
*Fonte: Buckingham, Marcus - O Poder das Mulheres Fortes. Rio de Janeiro. Sextante. 2014
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